O conta de luz para o mês de setembro virá com a bandeira tarifária vermelha, conforme anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A mudança da bandeira verde anterior responde ao aumento dos custos de geração e ao elevado risco hidrológico.
Alexandre Maluf, economista da XP, destacou que essa mudança no conta de luz resulta em um aumento de aproximadamente 8% na tarifa de eletricidade. Ele comentou o impacto significativo desse ajuste durante o Morning Call da XP, realizado na última segunda-feira, 2.
Esse ajuste em conta de luz é particularmente impactante, dado que a energia elétrica representa 4% de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)sendo um dos principais itens de peso na inflação.
Porém, novas informações surgiram após revisão realizada no último sábado, 31, por Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e por Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Com dados atualizados de Usina Termelétrica Santa Cruzfoi identificada uma inconsistência no anúncio inicial, e o cenário atual sugere a possibilidade de uma correção para o bandeira vermelha 1, o que representa um impacto menor.
Impacto da bandeira tarifária na conta de luz
Pelos cálculos, a diferença entre a bandeira vermelha 1 e a bandeira vermelha 2 poderia alterar o IPCA de setembro em 0,14%, elevando o índice de 0,42% para 0,56%. O economista destaca que uma mudança na bandeira amarela poderia reduzir esse impacto em cerca de 0,10% em relação à bandeira vermelha 1.
Além disso, existe a expectativa de que, após o período chuvoso, o conta de luz poderá voltar à bandeira verde em 2025. Alexandre Maluf observa que, no curto prazo, a conta de luz não é tão impactada pela inflação, que continua relativamente controlada.
Segundo ele, o Brasil enfrenta uma inflação influenciada principalmente pelo setor de serviços, pressionado por um mercado de trabalho aquecido. Maluf destaca que a inflação nos serviços se manteve em torno de 5%, mas que, no último trimestre, houve tendência à desinflação, especialmente nos bens industriais.
A inflação nos serviços permanece robusta, refletindo a dinâmica da atividade interna e uma recuperação dos preços dos bens. A XP projeta IPCA de 4,4% para 2024, com expectativa de queda para 4% em 2025, caso os preços dos alimentos e dos bens industriais permaneçam estáveis e a Selic continue influenciando a desaceleração global.
Contudo, a inflação dos serviços poderá permanecer elevada, em torno de 5,1% no próximo ano, devido a expectativas não ancoradas e à sólida actividade económica.
Bandeiras Tarifárias
O sistema de bandeiras foi criado em 2015, com o objetivo de manter os consumidores brasileiros informados sobre o consumo de energia elétrica, bem como a situação em todo o país. Cada uma das cores: verde, amarelo e vermelho, indica a gravidade e respectivo acréscimo no valor final sinalizado ao consumidor.
Agora, o nível crítico foi atribuído à bandeira de emergência hídrica. Veja os percentuais cobrados na prática:
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Bandeira verde: não há cobrança extra;
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Bandeira amarela: aumenta R$ 1.874;
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Bandeira vermelha nível 1: R$ 3.971;
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Bandeira vermelha nível 2: R$ 9.492;
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Bandeira de emergência hídrica: R$ 14,20.
Economia na conta de luz
Diante do reajuste que afetará significativamente o bolso dos consumidores cariocas, existe uma alternativa para economizar na conta de luz por meio de descontos concedidos pelo Governo Federal. A iniciativa é viabilizada pelo programa Tarifa Social, em vigor há 21 anos.
Foi implementado por meio da Lei nº 10.438 e consiste em uma tarifa que oferece descontos e isenções na conta de luz, sendo financiada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
Segundo dados da Aneel, só em 2022, mais de 24 milhões de brasileiros foram beneficiados por esse programa. Vale ressaltar que os descontos da Tarifa Social são cumulativos na categoria tarifária residencial, de acordo com os seguintes limites:
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Desconto de 65% para consumo mensal entre 0 e 30 kWh;
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Desconto de 40% para consumo mensal entre 31 e 100 kWh;
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Desconto de 10% para consumo mensal entre 101 e 220 kWh;
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Acima de 221 kWh não há descontos oferecidos.
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