Em 2024, o Banco Central anunciou mudanças no PIX, como a opção “PIX recorrente” e bloqueio limite para transferências feitos em novos dispositivos. Desde 1º de janeiro deste ano, mais uma novidade entrou em vigor, desta vez envolvendo os valores repassados.
O PIX é um criação do Banco Central (BC) em operação desde 2020. Seu objetivo é tornar mais rápidas e baratas as transações financeiras realizadas em contas em diversos bancos. Devido a estes dois pontos, esta opção tornou-se a favorito dos brasileiros.
Hoje, praticamente todos os estabelecimentos aceitam pagamento via PIX. Do supermercado à concessionária, praticamente tudo pode ser adquirido pelo pagamento eletrônico.
O BC vem aprimorando cada vez mais esse método, para 2025, por exemplo, já há novidades preparadas. Antes do volume de transações realizadas O IRS anunciou que, desde 1º de janeiro de 2025, vem monitorando mais de perto os pagamentos feitos por meio desse método.
Foi publicada portaria obrigando instituições de pagamento e operadoras de cartão de crédito a reportar pagamentos via PIX feitos por seus clientes. Os valores devem ser repassados à fiscalização para evitar a sonegação fiscal.
Como as transações do PIX serão impactadas?
Segundo a Receita Federal, o motivo da exigência do relatório das movimentações bancárias dos brasileiros é o interesse em aumentar o controle sobre as operações financeiras. E assim facilitar a supervisão contra a evasão fiscal e a evasão de impostos.
De acordo com as novas regras, em vigor desde 1 de janeiro deste ano, as empresas devem:
- Revise o relatório mensal da conta do cliente se o valor for superior a R$ 5 mil para pessoas físicas ou R$ 15 mil para pessoas jurídicas.
Isso significa que transações via PIX de até R$ 5 mil não serão monitoradas, mas todas as transferências feitas mensalmente e que juntos alcançarão esse resultado. Este montante inclui valores transferidos entre contas pertencentes à mesma pessoa.
Os pagamentos via PIX não eram monitorados antes?
Na verdade, o pagamentos via PIX eram previamente monitorados pela Receita Federal. O que muda agora é que, além dos bancos tradicionais, outras instituições foram obrigadas a reportar as transações dos seus clientes. Eles são:
- Operadoras de cartão de crédito, exemplo: maquininhas;
- Instituições de pagamento, ou seja, aquelas que possibilitam a compra, venda e movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e grandes produtos financeiros. Exemplo: grandes varejistas e carteiras digitais;
- Bancos digitais.
Quem movimentar mais de R$ 5 mil no PIX terá problemas com a Receita Federal?
Alguns pontos importantes precisam ser entendidos antes de se chegar à conclusão de que os pagamentos realizados via PIX e com valores acima de R$ 5 mil causará problemas ao cidadão.
- A instituição financeira e as operadoras de cartões monitorarão não apenas o PIX, mas todas as transações incluindo TED, DOC, saques, depósitos e outros;
- A Receita Federal esclareceu que um imposto não foi criado nas transações via PIX acima de R$ 5 mil. Por outras palavras, os cidadãos não serão tributados por isso;
- Só haverá “problema” se a Receita Federal cruzar os dados fornecidos pelo cidadão via Imposto de Renda e verificar que não são iguais aos fornecidos pela instituição. Ou seja, o que o cidadão declarou e o que ele efetivamente recebe não têm os mesmos valores.
Portanto, para quem não repassou corretamente todos os seus relacionamentos via PIX para a Receita Federal, Pode haver um problema.
“Não declarar esses valores pode ser um problema, pois se verá que ele está retendo recebíveis de suas contas bancárias”, afirma André Felix Ricotta de Oliveira, coordenador do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/Pinheiros para CNN Brasil.
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