O Ministério do Trabalhogerenciado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intensificou a fiscalização de obras consideradas análoga à escravidão. Ou seja, quando os empregados não recebem todos os seus direitos, inclusive sem acesso ao salário.
No dia 8 de outubro, o trabalho de fiscalização do Ministério do Trabalho resultou na resgate de 130 trabalhadores em condições análogas à escravidão. A operação foi conjunta entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na ocasião, a polícia foi até uma fazenda onde se colhia cebola. A instalação está no cidade de JeriquaraA 40 km do município de Franca, interior de São Paulo. Ao chegar ao local, a polícia e o MPT confirmaram que se tratava de um caso análogo à escravidão.
Dos 130 funcionários que foram resgatados, três eram adolescentes com idade entre 15 e 17 anos. Ou seja, a operação também encontrou indícios de exploração do trabalho infantil. A legislação brasileira proíbe que jovens menores de 18 anos realizem trabalho rural.
O que caracteriza uma obra como análoga à escravidão?
Para que as condições de trabalho sejam semelhantes às de um caso de escravidão, os trabalhadores devem direitos básicos do trabalhador não estão sendo respeitados.
De acordo com o Órgão do Governo Federala equipe de inspeção encontrou trabalhadores sem acesso a:
- Equipamentos de proteção individual;
- banheiros ou refeitórios;
- com dias que duraram sob sol intenso;
- com pausas irregulares para alimentação ou descanso;
- sem água potável adequada;
- a pouca água fornecida era consumida até o meio-dia e, após esse horário, a empresa não fornecia reposição, deixando-os trabalhando por várias horas com sede;
- todos os 130 funcionários trabalhavam sem autorização de trabalho assinada.
“Encontramos trabalhadores sedentos. Descansaram embaixo do ônibus que os transportava, pois não havia outro local adequado. Não havia banheiros suficientes para todos e alguns deles faziam suas necessidades em locais inadequados.”, disse a inspetora do trabalho Maria do Carmo de Mattos Pimentel ao Agência Governamental.
O que acontecerá com o proprietário rural que explorou os trabalhadores?
Ao encontrar os trabalhadores nessas condições, a fiscalização determinou que o atividades por eles realizadas deveriam cessar imediatamente. Ou seja, deveriam parar de trabalhar naquele momento.
Os empregadores, proprietários da exploração agrícola, comprometeram-se a pagar verbas rescisórias no valor de R$ 230 mil relativos a verbas trabalhistas (dias trabalhados até resgate, 13º, aviso prévio e férias), e outros R$ 200 mil reais a título de danos morais coletivos.
Além disso, todos os 130 colaboradores receberam um guia de solicitar seguro-desemprego. Pelo período de cinco meses terão acesso ao valor de 1 salário mínimo.
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